Preso por chantagear clientes, Pedro Dominador se descreve como moreno, tatuado e 'sedento por prazer' em site adulto
13/06/2024
(Foto: Reprodução) Grupo chefiado por Fábio dos Santos Pita Júnior, de 25 anos, teria causado um prejuízo de cerca de R$ 200 mil em 6 vítimas. O garoto de programa Fábio dos Santos Pita Junior, conhecido como Pedro Dominador
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Apontado como chefe de uma quadrilha de garotos de programa que chantageava clientes, presa na última semana, o ex-militar do Exército Fábio dos Santos Pita Júnior, de 25 anos, conhecido como Pedro Dominador, se propagandeava em um site de acompanhantes onde captava possíveis vítimas. Dominador retirou o material do ar.
O g1 teve acesso ao conteúdo. Ao todo, ele tinha 7 fotos em que aparece se exibindo sexualmente. Na descrição, ele diz que é morador de Nova Iguaçu (RJ), moreno, tatuado e “sedento por prazer”.
Cada programa do rapaz — que nas redes sociais se apresentava como empresário — girava entre R$ 150 e R$ 250 a hora e era realizado, geralmente, em motéis do Rio.
Mas, para contratar os serviços do jovem, o cliente precisa procurá-lo via um aplicativo de mensagens. Assim que clicava no link indicado pelo garoto de programa, a pessoa que desejava os serviços sexuais lia uma mensagem automática que era encaminhada a Dominador.
"Olá, Pedro Dominador! Te vi no (nome do site) e gostaria de marcar para sair contigo. Quando você tem disponibilidade?"
Foto usada por Fábio dos Santos Pita Júnior, o Pedro Dominador, no site de acompanhantes
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Na imagem do perfil, a foto que aparecia era da Enseada de Botafogo ao fundo e seus barquinhos e na descrição da legenda estava escrito: "Fornecedor".
Pedro, preso desde o último dia 6, é suspeito de chantagear clientes após os encontros. Acredita-se que sua quadrilha tenha movimentado mais de R$ 200 mil.
Com corpo atlético e viril, o rapaz gostava de ostentar uma vida de luxo nas redes sociais.
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Vítimas eram selecionadas
Segundo a 21ª DP (Bonsucesso), a quadrilha liderada por Pedro Dominador utilizava um banco de dados para ter acesso a detalhes dos clientes e selecionar as vítimas que iriam chantagear e extorquir dinheiro.
Após realizar programa com o cliente, Dominador pedia que o pagamento fosse feito via Pix. Com os dados da vítima, a quadrilha levantava informações pessoais como endereço, nome de familiares e telefones, e passava a chantageá-las.
Os suspeitos pagavam para ter acesso a essa base de dados, que costuma ser vendida no mercado clandestino.
A investigação da 21ª DP (Bonsucesso) aponta que o grupo fazia um estudo prévio para saber se valia a pena investir nas ameaças. Em muitos dos casos, os ex-clientes eram homens casados que queriam sigilo nos encontros amorosos.
Eles também se valiam das redes sociais das vítimas, com informações de locais de trabalho, relacionamentos e parentes próximos, para atuar.
Fábio dos Santos Pita Junior, também conhecido como Pedro Dominador
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Dominador e outras quatro pessoas estão presas por extorsão e organização criminosa.
Até agora, 6 ex-clientes registraram boletins de ocorrência contra Pedro Dominador e seu grupo. Estima-se que os suspeitos lucraram cerca de R$ 200 mil com as extorsões. Os suspeitos estão sendo investigados por lavagem de dinheiro.
Em um dos casos, um executivo de uma multinacional, casado e pai, que havia feito um programa com Dominador, foi chantageado, teve seus dados vazados e, para não ser exposto, pagou R$ 37 mil à quadrilha. Com medo e vergonha, o homem deixou o país e foi morar na Europa com a família.
Uma outra vítima pagou mais de R$ 70 mil para não ter a orientação sexual revelada.
Ameaças
De acordo com a 21ª DP, se valendo do medo das vítimas, os garotos de programa – em posse dos dados dos homens, muitos deles tidos publicamente como heterossexuais, casados e com filhos – iam em suas casas e faziam fotos e vídeos, com o objetivo de amedrontá-los.
Sem nenhum pudor, os garotos de programa mandavam áudios e mensagens exigindo dinheiro dos ex-clientes.
ÁUDIO: 'Vou contar tudo para o seu pai', diz Pedro Dominador a rapaz que o contratou; ouça a chantagem
Em uma mensagem enviada a uma vítima Pedro Dominador disse que iria "com três companheiros", "drogado" e "sem medo nenhum" na porta do trabalho do homem para que ele desse mais dinheiro ao bando.
E, de fato, segundo os investigadores, os criminosos foram até a loja onde a vítima trabalhava em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
