'Não se paga o mesmo preço durante a Copa como em um dia comum', diz gerente de Hotel Nota 10, que mudou nome para Hotel COP 30 em Belém

  • 05/08/2025
(Foto: Reprodução)
Hotel gera polêmica ao mudar fachada e cobrar cerca de 9.000% a mais no valor da diária Divulgação O fenômeno da alta nos preços de hospedagens para o período da COP 30, em Belém, tem gerado debate entre organizadores do evento e a sociedade civil. Em alguns casos, o aumento percentual chega a 9.000% em comparação com períodos comuns do ano. Um estabelecimento localizado na capital paraense que, em 2023, operava com o nome Hotel Nota 10, oferecia diárias a R$ 70. Com o nome alterado para Hotel COP 30, o mesmo local aparece na plataforma Booking.com com diárias de até R$ 6,3 mil durante os dias do evento. “Você não paga o mesmo preço por uma Coca-Cola no estádio durante uma Copa do Mundo que paga numa praça em um dia comum do ano”, disse. Brasil planeja pedir à ONU aumento de valores repassados para custear países durante a Cop A comparação viralizou nas redes sociais, com imagens do Google Street View de 2023 que mostram o antigo nome na fachada do hotel. Após as críticas, o proprietário estabelecimento, Alcides Moura, confirmou os novos preços ao g1, sob a justificativa de que esse tipo de reajuste é comum em eventos de grande porte. Segundo Alcides, os valores seguem o padrão de alta demanda, como ocorre anualmente durante o Círio de Nazaré. “No Círio, a diária vai de R$ 350 ou R$ 500 para até R$ 5 mil e as pessoas pagam. Neste momento da COP, todo mundo está procurando Belém. É uma forma do comerciante ganhar dinheiro”, explica. O empresário também explicou que o imóvel foi adquirido em agosto de 2024, quando ainda funcionava como motel. Desde então, passou por reformas que teriam custado cerca de R$ 300 mil para transformar os 17 quartos em uma hospedagem comercial. A mudança de nome para "Hotel COP" foi pensada como estratégia de marketing, segundo ele. “Surgiu a ideia de mudar para Hotel COP porque achamos que ajudaria os clientes a nos encontrar”, disse. A plataforma Booking.com mostra a diferença nos preços das diárias conforme o período do mês Booking.bom LEIA MAIS: É #FATO: Hotel Nota 10, em Belém, mudou nome para Hotel COP 30 e aumentou diária de R$ 70 para R$ 6,3 mil Oportunidade ou golpe? O aumento da procura por hospedagem também abriu espaço para práticas abusivas, improvisos e até golpes, segundo especialistas. A corretora de imóveis Andréa Martins, com 17 anos de atuação no mercado paraense, vê o atual cenário com preocupação. “Tem muita gente achando que vai ficar rica com a COP, mas sem estrutura nenhuma para receber hóspedes. Já há anúncios com fotos falsas, imóveis que nem existem ou retirados de outras cidades”, alerta. Ela reforça que, mesmo em plataformas conhecidas, o risco de golpes ou mudanças no acordo são reais. Por isso, orienta algumas práticas que podem ajudar a identificar se um determinado anúncio trata-se de golpe. ✅ Verificar se o corretor é credenciado Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Creci); ✅ Solicitar documentação do imóvel e do proprietário; ✅ Fazer chamadas de vídeo para confirmar a existência do local; ✅ Exigir contrato formal, com cláusulas de cancelamento e multa; ✅ Usar o Google Maps para checar o endereço. “Se o proprietário for sério, ele não vai se recusar a fazer um contrato. Mesmo no Airbnb, o anúncio pode ser cancelado se aparecer quem pague mais”, diz. Existe abuso, de fato? De acordo com a advogada Letícia do Vale Alves, especialista em Direito Tributário e Imobiliário, não existe uma legislação federal que limite os preços de hospedagens temporárias. O setor segue a lógica de mercado, baseada na lei da oferta e demanda. “A Constituição prevê a função social da propriedade, mas o setor é regulado por fatores econômicos. Em casos específicos, o Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado. Além disso, o Estatuto das Cidades permite que os municípios criem regras excepcionais para situações como essa”, explica. Apesar da possibilidade de regulação local, até o momento, não há normas específicas para conter os aumentos relacionados à COP 30. “Porém acredito que as autoridades estejam se movimentando”, afirma a advogada. Procon monitora Por meio de nota, o Procon Pará informou que não recebeu denúncias formais sobre preços abusivos na rede hoteleira, mas mantém uma fiscalização ativa. O órgão já realizou ações de orientação com hotéis da capital. Além disso, foi firmado um acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seção Pará (ABIH/PA) para reservar quartos com valores acessíveis às delegações. Segundo a ABIH, 500 apartamentos foram garantidos para os representantes oficiais, com diárias entre US$ 100 e US$ 300. “O que está fora desse acordo segue a tarifa de mercado. E isso acontece em qualquer cidade que recebe um evento dessa magnitude”, disse Antonio Santiago, da ABIH/PA. 📲 Acesse o canal do g1 Pará no WhatsApp Cidade se prepara para receber até 60 mil visitantes Com a expectativa de receber cerca de 50 mil visitantes, Belém enfrenta o desafio de acomodar toda essa demanda a preços acessíveis. Segundo a organização da COP, a capital e região metropolitana já contam com 53 mil leitos, somando hotéis, cruzeiros e imóveis para aluguel por temporada. Especialistas, no entanto, alertam para possíveis impactos negativos no pós-evento. “A COP é uma oportunidade histórica. Mas, se essa lógica de preços fora da realidade continuar, quem vai pagar o preço é a própria imagem de Belém no cenário internacional”, conclui a corretora Andréa Martins. VÍDEOS com as principais notícias do Pará Confira outras notícias do estado no g1 Pará.

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/08/05/nao-se-paga-o-mesmo-preco-durante-a-copa-como-em-um-dia-comum-diz-gerente-de-hotel-nota-10-que-mudou-nome-para-hotel-cop-30-em-belem.ghtml


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