Morte de Benício em hospital no AM: depoimentos apontam 'piora radical' após tentativas frustradas de intubação, diz delegado

  • 06/12/2025
(Foto: Reprodução)
Veja cronologia do atendimento que levou à morte de criança após aplicação de adrenalina O delegado Marcelo Martins, do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), afirmou que depoimentos sobre a morte de Benício Xavier, de 6 anos, apontam uma "piora radical" na UTI após três tentativas frustradas de intubação. A declaração foi dada após acareação entre a médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, na quinta-feira (4). Benício morreu na madrugada de 23 de novembro, após receber uma dose incorreta de adrenalina na veia. A médica admitiu o erro em um documento enviado à polícia e em mensagens em que pediu ajuda ao médico Enryko Queiroz, mas a defesa dela afirma que a confissão foi feita "no calor do momento". O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MPAM). Segundo Martins, testemunhas relataram que Benício ainda estava consciente ao ser levado para a UTI, mesmo após ter recebido a adrenalina em dose e via erradas. "Os depoimentos indicavam que, embora ele tivesse ficado mal, ele chegou à UTI relativamente bem. Ele estava consciente e rapidamente teve uma piora muito radical", afirmou. O delegado explicou que duas médicas participaram do atendimento na UTI: a primeira era responsável pelo plantão e realizou as três tentativas iniciais de intubação, todas sem sucesso; a segunda, que exerce função de chefia na unidade, foi acionada em casa para assumir o procedimento. "Não conseguiram, chamaram uma outra médica que estava em casa. Ela chegou horas depois e conseguiu. Só que ele foi submetido a medicamentos fortíssimos", disse Martins. O pai de Benício informou à polícia que as primeiras paradas cardíacas teriam ocorrido durante a tentativa de intubação. O menino sofreu seis paradas consecutivas, todas com tentativas de reanimação. Martins disse que a conclusão depende do laudo do Instituto Médico Legal (IML), que deve avaliar tanto o erro na medicação quanto os procedimentos adotados na UTI. "Nós vamos prosseguir agora com uma série de requisições ao Instituto Médico Legal, e o IML vai dar o veredito final, pericial, em relação a essas causas." Linhas de investigação De acordo com o delegado, a polícia trabalha com quatro linhas de investigação: Responsabilidade da médica no que se refere ao erro de prescrição Erro da técnica de enfermagem no procedimento de dupla checagem da medicação Responsabilidade do hospital em relação à estrutura, à observância e à inobservância dos protocolos Possibilidade de erros em procedimentos de intubação na UTI "O fato de nós constatarmos eventualmente uma causa ou outra não anula as demais", explicou Martins. Ele também destacou que a polícia fará uma perícia no sistema do hospital, após a defesa da médica alegar falhas na plataforma usada para prescrição e afirmou que a polícia segue avaliando se houve homicídio culposo ou dolo eventual. "Nós estamos nos atentando a todos esses detalhes para poder verificar se teve dolo eventual, se é só um homicídio culposo e até que ponto cada ação ou omissão culminou na morte da criança", concluiu. O delegado também afirmou que o caso é investigado como homicídio doloso qualificado, considerando inclusive a possibilidade de crueldade. Ele chegou a pedir a prisão preventiva da médica, mas Juliana continua protegida por habeas corpus concedido pela Justiça. No dia 26 de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) abriu processo ético sigiloso para apurar a conduta da médica. O Hospital Santa Júlia afastou tanto Juliana quanto a técnica de enfermagem Raiza Bentes. O que diz a defesa A defesa de Juliana Brasil Santos afirmou que a médica reconheceu o erro "no calor do momento" e sustenta que uma falha no sistema automatizado do Hospital Santa Júlia teria alterado a via de administração registrada pela médica. Os advogados apresentaram vídeo para mostrar problemas na plataforma e alegam que instabilidades no sistema contribuíram para o agravamento do quadro de Benício. Assista abaixo. Advogado alega falha no sistema como causa de erro no modo de aplicação de adrenalina Ao lado do advogado, Raiza reforçou a versão que apresentou no depoimento e enfatizou que estava sozinha, sem auxílio. Na quinta (4), a técnica de enfermagem foi suspensa pelo Conselho de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM). O hospital informou que não vai se manifestar sobre o caso. LEIA TAMBÉM: Cronologia do atendimento de Benício mostra sequência que levou à morte da criança Defesa diz que médica admitiu erro no 'calor do momento' e aponta falha no sistema do hospital Polícia investiga possível adulteração de provas por médica que prescreveu adrenalina Mãe de colega de escola de Benício relata sofrimento do filho após perda: 'Ele está incompleto' O caso Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. Segundo a família, ele recebeu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem. "Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Perguntamos e a técnica disse que também nunca tinha aplicado desse jeito. Mas afirmou que estava na prescrição", relatou o pai. O menino piorou rapidamente: ficou pálido, com membros arroxeados, e disse que "o coração estava queimando". A saturação caiu para cerca de 75%. Ele foi levado à sala vermelha e depois para a UTI por volta das 23h. Durante a intubação, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. Infográfico - Caso Benício Arte g1 Benício Xavier, de 6 anos, morreu após receber dose incorreta de adrenalina em hospital de Manaus. Redes sociais

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/06/morte-de-benicio-em-hospital-no-am-depoimentos-apontam-piora-radical-apos-tentativas-frustradas-de-intubacao-diz-delegado.ghtml


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