Crime do brigadeirão: Júlia foi para a casa de namorado após deixar prédio onde vítima morreu
06/06/2024
(Foto: Reprodução) Em depoimento, Jean Cavalcante Azevedo afirmou que não sabia que Júlia tinha outro relacionamento. Mulher foi presa por suspeita de ter envenenado doce e matado empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond. Jean deixa a delegacia após prestar depoimento na 25ª DP (Engenho Novo)
Henrique Coelho/g1 Rio
Um dos namorados de Júlia Andrade Carthemol Pimenta, presa suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, contou à polícia que Júlia foi para sua casa após deixar o prédio da vítima, e que não fazia ideia que ela tinha outro relacionamento.
No seu depoimento na 25ª DP, Jean Cavalcante Azevedo afirmou que, no dia 22 de maio, dois dias após a morte do empresário, Júlia foi até sua casa em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e lá ficou até o dia 27.
Jean disse que, já na casa dele, Júlia trocou o chip do aparelho telefônico, com a justificativa que estaria recebendo muitas ligações de telemarketing.
Suspeita de matar empresário com um brigadeirão se escondeu em hotel no Centro do Rio e usou nome falso
Após Júlia ter saído de sua casa, Jean contou que os policiais foram até lá no dia 28, e que não encontraram Júlia no local. No mesmo dia, Júlia estava se hospedando em um hotel com um nome falso, de acordo com os investigadores.
No depoimento, ele contou que, três dias depois que Júlia saiu de sua casa, ela mandou uma carta manuscrita, através do telefone da mãe, Carla. Jean se prontificou a enviar a carta para os agentes.
Segundo a 25ª DP (Engenho Novo), Júlia utilizou um brigadeirão que tinha 50 comprimidos amassados de um medicamento chamado Dimorf. A perícia encontrou morfina no estômago da vítima.
Veja quem é quem e a cronologia do caso
Um mês fora
No dia 18 de abril de 2024, segundo Jean, Júlia lhe disse que precisaria cuidar dos filhos de uma amiga, chamada Natália, e que receberia R$ 11 mil pelo trabalho.
Suyany Breschak e Júlia Cathermol
Reprodução/TV Globo
Porém, a verdadeira identidade de Natália era Suyany Breschak, a mulher que se identificava como cigana e mentora espiritual de Júlia.
No depoimento de Júlia, ela disse que foi morar com Luiz Marcelo no dia seguinte, 19 de abril.
O que disse Júlia
Júlia Andrade Cathermol Pimenta
Reprodução/TV Globo
Júlia prestou um primeiro depoimento no dia 22 de maio, ainda na condição de testemunha. Depois, se tornou a principal investigada pela morte do empresário. No primeiro depoimento disse que:
No dia 19 de abril de 2024, foi morar com Luiz Marcelo, e que vinha mantendo um relacionamento com ele desde 2013, de forma casual.
Que começou a perceber que o namorado estava dormindo demais e que não saía mais.
Que Luiz Marcelo disse que vendeu um estacionamento no Cachambi, mas vinha tendo problemas e aborrecimentos com o negócio.
Que no dia 19 de maio Luiz Marcelo pediu para que ela levasse bolsas e o carro dele na Favela da Maré. Um homem alto e magro, entre 40 e 50 anos, foi responsável por buscar o veículo, e ela voltou de ônibus para casa.
Ao chegar em casa, contou a Luiz Marcelo que bateu o retrovisor antes de entregar o carro, e que este teria dado um tapa em seu rosto.
Que mexeu no computador de Luiz Marcelo, e a máquina não tinha senha.
Que ele descobriu que ele entrava em sites de relacionamento e se comunicava com outras mulheres enquanto ela dormia.
Que ao confrontá-lo, os dois brigaram.
Que os dois pretendiam se casar, e que o namorado teria colocado a declarante como dependente em sua conta do banco.
Que, depois da briga, deixou o apartamento, excluiu Luiz de todas as suas redes sociais e não teve mais contato com ele.
Ao ser presa nesta terça-feira (4), permaneceu em silêncio durante o seu depoimento, de acordo com a polícia.